Recebi com surpresa o anúncio da candidatura do Pastor Henrique Vieira, do PSOL, à prefeitura do Rio. A notícia veio poucos dias depois da retirada da candidatura do Deputado Federal Marcelo Freixo, a quem muito admiro e com quem tenho conversado bastante.
Reunimos todos os esforços para que Freixo fosse o líder de uma coalizão dos partidos de esquerda com capacidade para eleger o futuro prefeito da cidade do Rio. Seu nome era, de longe, o mais consolidado no campo progressista para a realização desse objetivo. Ele esteve no segundo turno nas duas últimas eleições municipais e representa a ideia de que um Rio mais democrático e organizado é possível.
O anúncio unilateral da candidatura do pastor Henrique, no entanto, sinaliza uma inexplicável ruptura do esforço de unidade das forças de esquerda que estávamos costurando até aqui. Acredito que para enfrentar o avanço do conservadorismo e o desmanche da atual administração da cidade, personificada na figura do prefeito Marcelo Crivella, é muito importante que estejamos juntos em torno de um nome capaz de expressar nossos objetivos comuns.
O momento exige responsabilidade e abdicação de projetos individuais ou estritamente partidários. A elaboração de um programa popular, que proteja a nossa gente dos efeitos da pandemia e enfrente os desafios da promoção do desenvolvimento econômico e social para os cariocas, é fundamental. Só assim será possível gerar empregos e conquistar a paz social para o nosso povo.
Nesse sentido, o Partido dos Trabalhadores conclama o PSOL, e todos os partidos de esquerda do Rio, ao diálogo. Essa é uma construção importante e necessária para seguirmos juntos na direção de um pacto de unidade da esquerda, que vise à vitória eleitoral democrática sobre o campo conservador e o fascismo que nos assola.
João Maurício,
Presidente do PT-RJ