A pandemia do novo coronavírus provocou a maior crise econômica e social deste século. A economia e a vida social estão congeladas. Para evitar a mortandade de uma gripe espanhola, que matou mais gente do que a primeira guerra mundial, se adotou uma política de isolamento social que fechou o comércio, as fábricas e escolas. Na ocasião, foram mantidos apenas os serviços essenciais.
A crise do covid-19 atingiu uma educação pública brasileira sucateada por uma política de austeridade, representada pelas Emendas Constitucionais 93/16 (desvio de 30% das verbas de ensino) e 95 (Teto dos gastos). Desde 2019, acompanhamos os ataques sucessivos de Bolsonaro ao ensino superior e às politicas de democratização do acesso adotadas pelos governos do PT, Fies, Prouni, Cotas e de aprimoramento do Enem.
A suspensão das aulas presenciais tem afetado de maneira muito diferenciada as escolas públicas e privadas. Nas escolas privadas mais privilegiadas, o ensino a distância tem sido adotado, reduzindo o prejuízo na formação dos estudantes, mas nem de longe conseguindo substituir o ensino presencial e o convívio do ambiente escolar.
A grande maioria das escolas públicas não tem adotado o ensino a distância por uma razão muito simples: a imensa desigualdade brasileira que se manifesta na falta de acesso aos computadores, a redes de wi-fi, e nas condições de renda e moradia que se agravaram com a crise econômica.
Estamos em maio. Provavelmente, esse semestre está perdido para a ampla maioria das pessoas que estudam nas escolas públicas do terceiro ano do ensino médio.
Mas o governo Bolsonaro insiste em não adiar o ENEM.
Não adiar o ENEM é um crime contra a educação brasileira e contra a nossa juventude. Fazer o ENEM agora é injusto com os estudantes das escolas públicas e perverso com os trabalhadores e trabalhadoras que sonham com os seus filhos e suas filhas estudando em uma universidade.
Para o PT do ERJ, “Adiar o Enem” faz parte de nossa luta por uma sociedade mais justa e menos desigual.
Rio de Janeiro, 19 de maio de 2020.
Partido dos Trabalhadores do estado do Rio de Janeiro