#8M- Conheça algumas mulheres da história

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Bruna Rodrigues e Jessica Santana

Hoje é Dia Internacional de Luta das Mulheres e no Rio e em todo o Brasil acontecem atos e iniciativas para reforçar a batalha contra o machismo e o patriarcado. Uma das grandes bandeiras de todas nós é a luta contra o nosso apagamento histórico, que nega a importância e o protagonismo feminino nos acontecimentos da história do Brasil e do mundo. Por isso, separamos por aqui algumas mulheres da história que você precisa conhecer ou saber mais. Viva a luta das mulheres!

1. Dandara (? – 1694) – Guerreira do Quilombo dos Palmares

Dandara foi uma mulher negra guerreira, que se destacou na defesa dos escravos e na construção do Quilombo dos Palmares – um local que abrigava escravos que fugiam.

Embora não haja registros, acredita-se que Dandara era brasileira ou uma africana que teria vindo ainda pequena para o Brasil. Foi a companheira de zumbi dos palmares, com quem teve três filhos.

Uma vez que não aceitava voltar a ser escravizada, após ter sido presa, Dandara terá pulado de um abismo em 1694, resultando na sua morte.

Durante os ataques ao Quilombo, Dandara terá lutado usando técnicas de capoeira.

Dandara, que se tornou um ícone feminino na luta contra a escravidão, terá morrido ao pular de um abismo em 1694. Ela teria sido presa e não aceitava voltar a ser escravizada.

2. Nísia Floresta (1810 – 1885) – Educadora e primeira feminista do Brasil

Nísia Floresta Brasileira Augusta nasceu em Natal, Rio Grande do Norte e escreveu o seu primeiro livro, Direitos das mulheres e injustiça dos homens, com apenas 22 anos.

Anos depois, Nísia Floresta abriu um colégio para meninas, em que o ensino não se limitava à costura e trabalhos domésticos, mas ensinava também gramática, matemática, ciências, música, entre outros.

Nísia foi bastante criticada por isso. Hoje, é conhecida como a primeira feminista brasileira e, em sua homenagem, a cidade em que nasceu – antiga Papari – passou a se chamar Nísia Floresta.

3. Anita Garibaldi (1821 – 1849) – Líder militar

Anita Ribeiro de Jesus, conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em Morrinhos, atual Laguna (SC). Casou-se aos 14 anos, mas abandonou o marido. Em 1839 conheceu Giuseppe Garibaldi, um italiano que fugia de uma sentença de morte na Itália.

Marinheiro mercante, os conhecimentos de Garibaldi foram fundamentais para os rebeldes gaúchos e catarinenses que estavam em guerra contra o governo imperial. Este episódio passou à história como Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos.

Anita Garibaldi se uniu a Giuseppe, com ele lutou pela implantação da república do Rio Grande e tiveram seu primeiro filho. Mais tarde, iriam para o Uruguai onde combateriam o ditador argentino Juan Manuel Rosas. Em Montevidéu, se casariam e nasceriam mais três filhos do casal.

Em 1847, Anita Garibaldi vai para Itália saber se o marido poderia retornar ao país e com isso, ambos se juntam, em 1848.

O casal lutaria pela unificação italiana, tentando expulsar os austríacos da região da Lombardia. Durante a campanha, porém, Anita adoece e vem a falecer.

Por sua participação em guerras nos dois continentes, Anita Garibaldi é chamada a “Heroína dos dois Mundos”.

4. Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935) – Compositora, pianista e maestrina

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, conhecida como Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro e era neta de escravos. Seu pai a casou quando tinha 16 anos, mas ela se revoltou contra o maltrato do marido e o abandonou.

Pianista autodidata, passa a compor obras e chama atenção dos produtores da época. Em 1884, estreia a opereta “A Corte na Roça”, sob sua regência e isso a tornou a primeira maestrina brasileira.

Do mesmo modo, se engaja na luta contra a escravidão, os direitos autorais e femininos. Recusa a publicar suas partituras sob pseudônimo masculino e escandalizava a sociedade com sua vida amorosa chocante para os padrões da época.

Chiquinha Gonzaga soube dar um toque brasileiro aos ritmos europeus que se escutavam e dançavam como a valsa, a polca e a mazurca.

Será precursora das marchinhas de carnaval com os temas “Lua Branca” e “Ó, Abre-Alas” até hoje presença obrigatória no repertório carnavalesco.

Deixou mais de duas mil composições e dentre as quais se destacam “O Corta-Jaca”, “Atraente”, além das já citadas.

O dia do seu nascimento,17 de outubro, foi declarado Dia Nacional da Música Popular Brasileira em 2012.

5. Maria Quitéria (1792 – 1853) – Militar

Maria Quitéria nasceu numa fazenda perto de Feira de Santana (BA) e aos 10 anos perdeu a mãe. Quando começou o processo de independência do Brasil foram convocados todos os homens em idade de lutar.

Tendo apenas filhas, o pai de Maria Quitéria não gostou quando a filha lhe pediu que autorizasse para se juntar ao regimento do Príncipe-Regente.

Diante da proibição paterna, foge de casa e vai para residência da sua meia-irmã que lhe ajuda a se transformar no soldado Medeiros.

Destaca-se no manejo de armas e se torna respeitada, mas o pai acaba descobrindo seu disfarce. Diante da intervenção do major do Batalhão dos Voluntários do Príncipe, ele concede sua permissão para que ela permaneça ali.

Com isto, se torna na primeira mulher a integrar as forças regulares no Brasil. Maria Quitéria participa de várias batalhas contra as tropas portuguesas que não aceitavam a independência do Brasil.

Maria Quitéria foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro I. Casa-se com um antigo namorado e tem uma filha. Faleceu em Salvador e se encontra sepultada nesta cidade.

6. Chica da Silva (1732 – 1796)

Francisca, nasceu em 1732, no Arraial do Tijuco, hoje Diamantina (MG). Nascida de mãe escrava e um militar português, que as abandonaram e não lhes concedeu alforria. Posteriormente, foi escrava de um médico e com ele teve um filho.

Porém, o contratador João Fernandes (responsável pela compra e venda dos diamantes), compra Chica da Silva e os dois se apaixonam. Para escândalo da sociedade, passam a viver juntos e a liberta. Ambos teriam 13 filhos que foram reconhecidos pelo pai, algo raro na época.

Chica da Silva tornou-se uma senhora poderosa e rica, mas não foi totalmente aceita pela sociedade e jamais pôde entrar em certas igrejas e casas.

Igualmente, teve escravos e se vestia de maneira elegante, usando joias e perucas, para exibir sua riqueza.

João Fernandes voltou para Portugal em 1770 levando consigo seus filhos homens enquanto as mulheres ficaram sob os cuidados da mãe. Morreria nove anos depois sem nunca ter reavisto a companheira.

Por sua parte, Chica da Silva administrou os bens de João Fernandes e assim, garantiu bons casamentos para algumas de suas filhas.

7. Catarina Paraguaçu (1503 – 1583)

Paraguaçu era uma índia da tribo dos tupinambás, filha do cacique Taparica que deu nome à ilha de Itaparica. Sua vida mudou depois que conheceu o português Diogo Álvares Correia, o Caramuru.

Muitos a consideram a mãe do Brasil, porque junto com Caramuru começou a construir a cidade de Salvador.

Em 1528, o casal rumou para a França, onde ela recebeu o batismo na igreja de Saint-Malo. Convertida ao catolicismo, o casal também contraiu matrimônio nesta cidade francesa e tiveram quatro filhas.

Catarina Paraguaçu faleceu em 1583 e legou todos seus bens aos beneditinos. Os restos mortais de Paraguaçu estão na Igreja e Abadia de Nossa Senhora da Graça, em Salvador.

8. Maria Tomásia Figueira Lima (1826 – 1902)

Maria Tomásia Figueira Lima veio de família abastada, nascida na cidade de Sobral (CE).

Casada em segundas núpcias com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima, fundou, em 1882, a Sociedade Abolicionista das Senhoras Libertadoras, uma seção da Sociedade Libertadora Cearense.

O objetivo da instituição era alforriar escravos, pressionar o governo a abolir a escravidão e conscientizar o maior número de pessoas para este fato.

No dia da sua posse como presidente da sociedade, foram entregues 83 cartas de alforria a escravos

Contou com ajuda de Maria Correia do Amaral e Elvira Pinho, e o próprio José do Patrocínio louvou o trabalho daquelas senhoras cearenses.

Em 1884, após debates, greves e pressão social, a Assembleia Legislativa provincial decretou o fim da escravidão no Ceará, a primeira a fazê-lo no país.

Faleceu em 1902 (ou 1903) no Recife.

 

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