Nem Bolsonaro nem o MP apresentaram recurso à decisão da Justiça Federal, que considerou Adélio Bispo de Oliveira inimputável. A sentença já transitou em julgado, o que significa que o prazo para recursos se esgotou. Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro recebeu uma facada de Adélio em um ato na cidade de Juiz de Fora (MG).
No dia em que a sentença foi publicada pelo juiz Bruno Savino, o presidente Jair Bolsonaro, conhecido por seus discursos “contra bandidos” e altamente favorável a uma justiça punitivista e até mesmo cruel, disse que iria recorrer.
“Tomando as providências jurídicas do que posso fazer para recorrer. Normalmente o MP (Ministério Público) pode recorrer também, vou entrar em contato com o meu advogado”, declarou à época Bolsonaro.
Em nota, a 3.ª Vara Federal da Justiça Federal em Juiz de Fora afirmou que “a sentença transitou em julgado”. Bolsonaro foi intimado, porém não recorreu dentro do prazo e o caso da facada está, oficialmente, arquivado.
De acordo com o texto, “a sentença foi proferida em 14 de junho de 2019. O Ministério Público Federal foi intimado em 17 de junho de 2019 e não apresentou recurso. O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que atuou na ação penal como assistente da acusação, foi intimado em 28 de junho de 2019 e também não recorreu no prazo legal. Por último, a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, intimada da sentença, renunciou ao prazo recursal em 12 de julho de 2019”. Assim, diz a nota, “a sentença transitou em julgado em 12 de julho de 2019, não sendo mais cabível a interposição de qualquer recurso”.
Na sentença, o juiz absolveu Adélio Bispo depois de considerá-lo inimputável, ou seja, não poder ser condenado, por, no caso, ser portador de Transtorno Delirante Persistente, conforme apontaram laudos médicos. A absolvição, segundo o juiz Bruno Savino, ocorreu “impropriamente”, em razão da inimputabilidade.
O vídeo, que já atingiu 1 milhão e 200 mil espectadores, contém uma análise minuciosa das circunstâncias e imagens do “atentado” contra o presidente eleito ocorrido em setembro e traz à tona perguntas e suspeitas que nenhuma autoridade se empenhou em resolver; assista
“Não somos direita ou esquerda. Não estamos acima e nem abaixo. Somos nós, somos vocês, somos eles, somos todos… …e merecemos respostas”, dizem os responsáveis pelo canal, que abrem o documentário explicando não se tratar de uma “acusação”, mas de levantamento de pontos de vista que permitam “uma narrativa diferente da divulgada”.
O empresário Paulo Marinho, um dos principais articuladores da campanha de Jair Bolsonaro, revelou em entrevista que vai ao ar na próxima quarta-feira (17) no programa Em Foco, da jornalista Andréia Sadi, na GloboNews, que o então candidato disse que estaria eleito após sofrer atentado a faca durante campanha em Juiz de Fora (MG).
Ao ser indagado pela jornalista se o “atentado garantiu a vitória”, Marinho respondeu.
“Sem dúvida. Esta consciência foi do próprio capitão Bolsonaro na ocasião. A primeira visita que fiz a ele no hospital [Albert] Einstein, ele disse: olha, agora a gente não precisa fazer mais nada”.
Após o atentado, Bolsonaro se recusou a participar de debates, cancelou agendas públicas e só fez aparições em transmissões pelas redes sociais.