Secretaria de Combate ao Racismo homenageia João Cândido, o “Almirante Negro”

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A chuva de ontem não foi o suficiente para evitar a homenagem dos membros do Coletivo Estadual de Combate ao Racismo do PT-RJ ao marinheiro João Cândido, na Praça XV, Centro do Rio. Centenas de panfletos foram distribuídos a população contando a história do líder da Revolta da Chibatas. Segundo Almir Aguiar, atual Secretário Estadual de Combate ao Racismo do PT-RJ, a atividade foi fundamental para ”mobilizar a sociedade acerca da importância do debate contra o preconceito e a discriminação em nossa sociedade, é necessário a luta intransigente para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.

A participação de diversos membros do Coletivo Estadual de Combate ao Racismo e dos ex-ministros da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo Lula, Edson Santos e Elói Ferreira, mesmo debaixo de chuva forte, foi importante na atividade de ontem. João Cândido, apesar de seu feito heróico, morreu anônimo e pobre, como carregador de peixes, no Rio, em 1969. “Quero lembrar que a justa homenagem ao líder da Revolta da Chibata, o João Cândido, na Praça XV, ficou sem a visibilidade do público em função da estação do VLT. Nosso objetivo é que a prefeitura do Rio de Janeiro reposicione a estátua do Almirante Negro, reconhecendo sua história de luta. Em breve faremos novas atividades no local” afirma Almir Aguiar.

Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata, ocorrida entre os dias 22 e 26 de novembro de 1910, marcou uma das principais manifestações de parte da população explorada brasileira contra as duras condições de trabalho e vida impostas pelo governo e Forças Armadas brasileiras. Comandada pelo gaúcho João Cândido Felisberto, um marujo negro e analfabeto, a Revolta da Chibata tinha por objetivo diminuir a jornada de trabalho, aumentar os baixos salários e, principalmente, por fim aos castigos corporais que sofriam na marinha brasileira os marinheiros de baixa patente.
A penalização com o uso do chicote havia sido proibida no Brasil desde a Proclamação da República, em 1889, mas ainda era prática comum na marinha até 1910.

“O presidente Lula inaugurou uma estátua em homenagem ao Almirante Negro, e inaugurou um petroleiro da Petrobrás com o nome do revoltoso de 1910. Nossos passos vem de longe e nosso herói merece respeito” diz Neide Jane, representante do Coletivo.

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