“O perfil profissional informado pelos 513 parlamentares que assumem o cargo em fevereiro mostra que o principal contingente será de empresários e administradores de empresas (135) e advogados (102), que terão quase metade das cadeiras na Câmara, perfil semelhante ao do atual mandato.
O número de empresários pode ser maior, já que nem todos declaram a atividade como profissão, mas apenas a formação acadêmica (médico, advogado etc). Há também os casos de deputados que declaram uma profissão, mas fizeram praticamente toda a carreira na política.
Professores, que formam hoje a terceira maior bancada da Casa, com 75 membros, cairão para 47. Médicos vão de 44 para 36.
Em linha oposta, líderes evangélicos quase dobraram de tamanho (de 11 para 19) e a bancada de militares, policiais e delegados passará de 19 para 28 cadeiras.
Os números reforçam os cálculos que apontam o fortalecimento das bancadas da bala, evangélica e ruralista, todas alinhadas a Bolsonaro. Os três grupos são os mais orgânicos e atuantes da Câmara.
Entre as bandeiras desses parlamentares, estão a redução da maioridade penal, o projeto Escola Sem Partido e os esvaziamentos do Estatuto do Desarmamento e da política de demarcação de terras indígenas.
De acordo com levantamento do Diap, a bancada da bala vai saltar de 35 deputados na atual legislatura para 61. A evangélica, por sua vez, será ampliada de 75 para 84 membros.
O Diap usa como critério a atuação próxima e direta do parlamentar nessas áreas. No registro oficial do Congresso, as frentes parlamentares acabam ficando com número de membros muito maior porque vários deputados, apesar de não terem uma ligação direta com a causa, acabam se inscrevendo na bancada apenas por apoio.
Fonte: Folha