Em nova entrevista, Lula disse que assistiu ao documentário “Privacidade Hackeada”, que está no ar na Netflix. O ex-presidente se disse devassado com o que viu, assustado com o que chama de “manipulação completa de nossas vidas”.
O filme, de fato, é assustador. Ao relatar os bastidores do escândalo da Cambridge Analytica, mostra como somos usados por quem controla o que colocamos nas redes. Se você o usa o Facebook, você tem a obrigação de, assim como Lula (que nem usa!) também assistir ao filme.
O filme narra como a Cambridge Analytica usou e vendeu dados de usuários do Facebook. Tudo feito sem o consentimento e conhecimento dos usuários, criando categorias e oferecendo-os como produtos aos clientes e como alcançá-los.
A Cambridge Analytica foi liquidada em 2018, mas ainda pode ser processada pelo que fez. A empresa trabalhou na campanha de Trump em 2016, mas negaram envolvimento anterior em campanhas “populares”, como a “Leave.EU”.
Privacidade Hackeada também expõe, com detalhes bastante chocantes, o nível de influência que as técnicas da Cambridge Analytica tiveram em outras campanhas políticas em todo o mundo. Influenciaram Argentina (2015), Trindade e Tobago (2009), Tailândia (1997), Índia (2010), Malásia (2013), Itália (2012), Quênia (2013) e Colômbia (2011), para citar alguns países que foram listados no documentário.
A conclusão de Privacidade Hackeada é pesada. Neste novo mundo liderado pela tecnologia, parece que a Caixa de Pandora foi aberta.
A tecnologia, correta ou incorretamente, existe para manipular os eleitores sem que eles percebam – então, para onde foram os processos democráticos?
Já assinou o abaixo-assinado pela anulação do julgamento de Lula?