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Não há hipótese de o presidente Lula não ser candidato, como não há a hipótese do PT não participar das eleições de 2018. Nós não somos burros, como a oposição de direita venezuelana, que não disputou as eleições de 2005 e deixou Hugo Chávez comandando todo o parlamento.

A hipótese de não participação seria anunciar a saída da institucionalidade e o seu não reconhecimento. A consequência é que teríamos que acabar com o PT da forma como ele é organizado hoje e teríamos que o reconverter em um partido fora da ordem, adotando o enfrentamento violento – e direto – como estratégia de tomada do poder.

Portanto, se não é essa a consequência que desejamos e que não estamos preparados a executar, por hora, então não vale a pena bravatear! Não há boicote e nem plano B. Lula será candidato em qualquer circunstância, salvo se houver um golpe militar que acabe com as eleições (e não é improvável, mas não controlamos essa variável, infelizmente), ou que lhe seja negado o registro no TSE.

No primeiro caso, de um golpe militar, seria a única maneira de Lula não ser candidato. Neste caso, sim, o PT acabaria na forma como é organizado hoje e nós todos passaríamos a fazer política na clandestinidade e organizando a resistência popular direta ao regime, sem as molas e os estofamentos da institucionalidade. A curto prazo seria uma merda ( me desculpem, mas essa é a palavra-síntese, sim), custaria mais vidas e sacrifícios imensos. Mas a médio e longo prazo a consequência seria a construção no Brasil de uma esquerda de ruptura e fora da ordem. O PT se transformaria em um partido fora da ordem e organizador da ruptura se chegarmos a uma ordem ditatorial aberta.

Sem juízo de valor, mas já dando o meu, acho as mudanças na institucionalidade democrática mais convenientes. Mas é bom dizer que a esquerda não acabaria e não seria a primeira, nem a ultima vez, a se reconstruir em situações de estado de exceção. Os efeitos da panela de pressão social também colocariam os militares e a nova ditadura no meio da vidraça política. E as consequências da nova luta política instituída a ferro e fogo poderia levar o país a médio prazo a uma sublevação popular. Até porque só restaria a esquerda a organização da sublevação violenta da ordem violenta. A política da acomodação eleitoral seria substituída pela política do ranger do aço contra aço, violenta, barulhenta, quente, sem qualquer mediação…

Uma outra hipótese é a tentativa de impedimento do registro da candidatura do Lula. Primeiro que neste caso não poderemos aceitar as regras do jogo. Uma eleição assim terá que ser declarada uma fraude! Teríamos que denunciar e propor sua derrubada a partir da disputa eleitoral, mesmo sob fraude e denuncia. Assim, teríamos nossos candidatos, mas nosso candidato a presidente será o Lula! Mesmo empastelado, cassado, violentado e injustiçado, Lula será nosso candidato. Nem que seja como um orixá guerreiro que precisar usar um corpo para encarnar sua valentia na disputa entre os humanos, não importará, Lula será candidato. Não será, portanto, prático e efetivo por parte da elite um impedimento de Lula. Ele ganharia as eleições mesmo assim.

No mais, essa não é uma discussão que importe ou nos interesse. Nosso candidato em qualquer circunstância será Lula. Ele organiza a alma da esquerda e as esperanças do povo brasileiro. Cabe a nós agora discutir o programa, o projeto, as ações práticas e reais do “Brasil que o povo quer” e que só Lula pode fazer!

Cada militante de juventude em sua escola ou universidade, cada morador de condomínio do Minha Casa Minha Vida, cada morador de favela e comunidade, cada operário em sua fábrica ou unidade de produção, cada profissional liberal, cada professor, cada agricultor em sua ocupação ou assentamento, cada sem teto, cada brasileiro e brasileira deve montar um núcleo de discussão e ação para criarmos uma grande discussão e um grande movimento em torno do “Brasil que o povo quer”.

De resto, qualquer discussão de pano A ou Z é entrar na agenda e no blábláblá dos adversários. O povo está louco para que cheguem as eleições de 2018. O povo está louco e esperançoso pela volta do Lula. O povo sabe que só Lula pode fazer com que a vida dele melhore de novo. Quem quer a volta da ditadura militar e seus desmandos ou quem não quer Lula é a minoria. Uma minoria estridente porque tem iPhone, internet e apoio dos bilionários, inclusive os bilionários donos das TVs. Os ricos e a classe média não são mais que 25% dos brasileiros e brasileiras. O povão mesmo ama e espera a volta do Lula. Portanto, Lula será candidato, queiram eles ou não.

Vamos pra rua, pras lutas, para as cidades, campos e construções, organizar essa imensa força mobilizadora de esperanças que se chama Lula. Por outro lado, a direção partidária deve ter a capacidade de ampliar as discussões, buscar as forças econômicas e sociais, procurar inclusive os militares e todas as forças vivas e detentoras de poder real para já imediatamente discutir o que será do Brasil com a volta do Lula ao comando.

Só Lula dará paz ao Brasil. Só Lula garantirá a retomada do crescimento e do emprego. Só Lula tem respeito e credibilidade internacional para buscar investimentos e tirar o Brasil da subordinação colonial. Só Lula pode comandar um novo pacto nacional e convocar uma Constituinte para fazer a reforma política e do Estado. Só Lula, com amplo apoio popular saído das eleições gerais, pode dar um rumo novo ao Brasil. Qualquer outra solução militar ou civil levará o Brasil à desagregação social, ao caos e, no futuro não muito distante, à uma guerra civil.

Portanto, é Lula ou nada!

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