Segundo estudo do Banco Mundial, mais de 554 mil meninas, de 10 a 17 anos, colocam uma aliança no dedo em decorrência, principalmente, da grande desigualdade de gênero. Elas acabam forçadas a casar por causa de gravidez ou para as famílias controlarem a sexualidade e limitar comportamentos. Também é resultado das preferências e do poder dos homens adultos, que casam com meninas mais novas por considerá-las mais atraentes.
Para mudar essa realidade, a Plan International Brasil lançou a campanha “Casamento Infantil Não”. Em estudo pioneiro da Plan International Brasil e Promundo de 2015 foi analisado o contexto do casamento infantil em nosso país nos dois estados com maiores índices de acordo com o Censo de 2010: Pará e Maranhão. E os números mostram que são elas quem mais sofrem. O número de meninas casadas é muito superior ao de meninos. Segundo o Censo de 2010 foram 22.849 meninos de 10 a 14 anos casados, contra 65.709 meninas na mesma idade. Na faixa de 15 a 17 anos foram 78.997 meninos e 488.381 meninas. A idade marital é de 9,1 anos a mais para os homens, e as uniões informais são mais comuns que as formais quando envolvem homens adultos com meninas.
O relatório do Banco Mundial aponta que meninas que se casam antes dos 18 anos têm maior probabilidade de engravidar, aumentando o risco de mortalidade materna e infantil. Além disso, a chance de elas se tornarem vítimas de violência doméstica conjugal, abusos e até estupro marital aumenta. Essa prática ainda reforça os papéis de gênero tradicionais em um casamento: homens provedores e com acesso livre aos espaços públicos e meninas responsáveis pelas tarefas domésticas e limitadas ao espaço privado.
Para pressionar ainda mais o governo em busca de políticas públicas específicas, assine a petição:
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