Não existe, na conjuntura atual, variáveis de análise que permitam predizer o que poderá acontecer no dia seguinte; quanto menos até outubro. Aliás, a única “variável constante” no cenário atual é justamente aquela que mostra a incapacidade intransponível da classe dominante vencer Lula na eleição.
O imediatismo, neste sentido, concorre com os principais requisitos desta conjuntura: a paciência estratégica e a perspectiva histórica.
O pragmatismo, por seu turno, produz nos seus adeptos a ilusão instantânea de se estar desatando um problema – o imbróglio jurídico da candidatura Lula – quando na realidade se estará encaminhando o PT, a esquerda e o progressismo para uma fragorosa derrota.
A defesa do Lula não é apenas um dever de lealdade político-ideológica e de solidariedade de classe com o líder mais popular do Brasil perseguido pelo fascismo jurídico-midiático, mas a única opção inteligente e estratégica para a esquerda hoje.
Essa é a mensagem que transmitem ao Brasil importantes líderes europeus que, ao mesmo tempo em que denunciam a perseguição ao Lula, defendem o direito dele ser candidato na eleição de outubro.
Lula é inocente, e sua prisão política é cada vez mais entendida pelo povo brasileiro como resultado do arbítrio e da perseguição para impedi-lo de voltar a governar o Brasil para promover as políticas de emancipação dos pobres.
Desprezar esta realidade é pura burrice; é uma estupidez política – ou suicídio dos pragmáticos.
Quem defende o abandono do Lula para apoiar Ciro não entende que jogar Lula na arena dos leões famintos e fascistas serve unicamente à direita, mas jamais trará benefícios à esquerda.
O centro da agenda da esquerda, dos progressistas e dos democratas é a luta pela libertação do Lula e pelo direito dele ser candidato à Presidência do Brasil.
Para a esquerda, fora da consigna Lula livre existe o pântano que confunde, desorganiza e derrota o povo ante o avanço neoliberal no Brasil na sua vertente fascista inaugurada pelo golpe de 2016.