Família, família, negócios à parte. Não para Crivella

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Família, família, negócios à parte…

Parece que Marcelo Crivella, Prefeito do Rio, não concorda muito com essa frase. 

O carioca já percebeu: em menos de um ano de mandato, foram inúmeras as tentativas de Crivella de colocar familiares em cargos na Prefeitura ou fechar convênios com empresas associadas a ele e principalmente ao seu tio, o também pastor R.R. Soares.

A mais ”nova” do prefeito foi a nomeação, na semana passada, de Fabio Macedo para gestor do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), prédio onde funcionam as secretarias da Prefeitura, na Cidade Nova.

O sobrenome Macedo te lembra alguma coisa?

Pois é. Fábio é primo de Edir Macedo, líder da Igreja Universal e tio de Crivella. Por possuírem parentesco apenas em segundo grau, a nomeação de Fábio não configura nepotismo de acordo com a lei.

Mas qual será então a formação profissional de Fábio Macedo para que tenha despertado o interesse de Crivella e tenha sido indicado para um cargo tão importante?

Segundo a Prefeitura, em nota, além de ser uma pessoa de confiança de Crivella, Fábio possui  “vasta experiência técnica e administrativa no gerenciamento e fiscalização de obras”. Não é bem isso que diz seu currículo. Como noticiado pelo Jornal Extra, a formação de Fábio Macedo é de técnico em estradas e técnico em processamento de dados (esta última, obtida em 1986, totalmente ultrapassada), além de cursos no Senac de Primeiros Socorros e o de Técnicas de Venda Externa. A ”vasta experiência técnica e administrativa” a qual a prefeitura se refere, provavelmente, foram os empregos de gerenciamento e fiscalização de obras de terraplanagem e pavimentação, em nove empresas.

Não é a primeira vez que Crivella tenta emplacar a família na Prefeitura. A tentativa mais polêmica foi a nomeação de seu próprio filho, Marcelo Hodge Crivella, como secretário municipal da Casa Civil. A nomeação foi suspensa e Marcelo Hodge afastado do cargo por uma liminar do Supremo Tribunal Federal.

Porém, dizem as más línguas que Crivella quase nunca é visto na sede da prefeitura (o CASS). Ao contrário de seus filhos Marcelo Hodge e Rachel Jane, que frequentemente aparecem por lá…

E por falar em Rachel Jane, o nome dela esteve envolvido em outra nomeação ”suspeita”, em abril deste ano, quando o advogado Alessandro da Silva da Costa foi nomeado como subsecretário da Casa Civil municipal. Alessandro, além de amigo de infância de Rachel, também é seu sócio na produtora Crivella Produções Artísticas e Cultural.

E o que dizer do Banco A.J. Renner S/A, contratado pela Prefeitura para conceder empréstimos consignados aos servidores do município, cujo principal acionista é ninguém menos que o já citado Edir Macedo? O contrato foi contestado pela OAB em setembro.

Aparentemente, Crivella vem precisando muito da ajuda da família para cuidar das pessoas

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