A chamada ”Lista Suja” do trabalho escravo, criada na gestão de Lula, é uma das maiores aliadas no combate ao trabalho escravo no Brasil e foi um dos instrumentos que permitiu o reconhecimento do país como referência na luta contra a escravidão pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nela, constam os nomes, documentos e endereço de empregadores que foram autuados por manter funcionários em condições análogas a escravidão. Estes empregadores permanecem na lista durante dois anos.
Com a nova Portaria nº 1.129, aprovada pelo Ministério do Trabalho, a divulgação desta lista, antes semestral, ficou ameaçada. A Portaria, que altera a lei que caracteriza o trabalho escravo no país (leia mais sobre ela aqui), condiciona a publicação a uma determinação expressa do Ministério, ou seja, o Ministro do Trabalho passa a decidir se a lista poderá ser publicada ou não.
Obviamente, essa alteração vinculará a divulgação diretamente ao lobby político do Ministério, que pode decidir pela não liberação caso conste o nome de algum empresário particularmente interessante.
A atualização mais recente da Lista Suja ficou pronta antes da Portaria, mas não foi divulgada. Repórteres do programa Fantástico, porém, tiveram acesso a ela por suas fontes e a disponibilizaram para o público. Você pode conferir a Lista completa aqui.